O medo da primeira página em branco | Conto #22
Como começar um novo ano de forma leve e sem se auto-sabotar.

“Deseje por algo, tenha esperança por algo, sonhe com algo, mas o mais importante: faça com que isso aconteça.”
Feliz novo ano! ✨
Para você que passou o primeiro dia do ano apenas curtindo uma preguiça ou simplesmente um descanso forçado na base de paracetamol e engov, obrigada por estar aqui no primeiro texto de 2024!
Mesmo hoje sendo o terceiro dia do ano, acredito que a vida é esse fazer de todos os dias, onde sempre teremos uma nova oportunidade de recomeçar. Não importa se hoje é uma simples quarta-feira, a vida segue acontecendo. E no fim das contas, o dia primeiro nem é tudo isso, vai.
Mas se tem uma coisa que acho legal fazer em janeiro, é pensar um pouco em como foi o ano que passou e como podemos nos organizar melhor nesse ano que recém começou. Sem pressão, sem tristezas e arrependimentos, apenas uma reflexão, de dentro pra fora e de fora pra dentro.
A tal da lista de metas
Como disse no texto anterior, eu sou super adepta das listas (pra tudo) e com isso, algum tipo de planejamento. Confesso que não sou muito boa em planejar metas num geral, pois acho difícil pensar adiante e sempre me perco no caminho. Por isso a importância das listas: elas ajudam a quebrar metas em pequenos passos e tornar esse processo mais fácil e consistente.
Eu sei que a página em branco de um novo ano é meio assustadora, mas não importa o conteúdo dessa página - e tão menos o dia do ano ou da semana - o segredo é simplesmente começar. E tão importante quanto dar o primeiro passo, é nos tratarmos de forma gentil durante esse processo.
Não exigir demais com metas extremamente difíceis e também não ser cruel quando as metas não forem alcançadas.
Afinal, fracassar é algo que acontece com todo mundo, a todo momento. Acontece que ninguém (ou quase ninguém) fala sobre isso, pois as pessoas acreditam que o fracasso diz muito mais sobre elas do que as tentativas, o aprendizado no processo e claro, os acertos.
Só nessa reflexão já temos o conteúdo da primeira folha:
“Deixarei o ego de lado, pois não sou um alecrim dourado”.
“Não permitirei minha mente me sabotar e me enlouquecer”.
Como esse negócio de metas não é meu forte (e talvez não seja o seu), decidi reunir três dicas para nos ajudar nessa tarefa. Já peguei meu bullet journal e minha caneta tinteiro para começar!
Vamos?

#1 Crie metas possíveis de serem alcançadas dentro de 365 dias
Eu sei que muitas pessoas gostam de pensar em metas para 2 anos, 5 anos, 10 anos (!) à frente, mas sinceramente? Qual a probabilidade de você seguir isso a risca e fazer um planejamento desse dar certo? Só se você for muito virginiano e ainda assim, tenho minhas dúvidas. Fora que, muitas vezes a gente esquece de um detalhe: como você vai ter certeza que estará no mesmo lugar e pensando da mesma forma de quando começou? E digo mais… como você sabe se estará vivo? Não querendo ser mórbida, mas é algo que infelizmente acontece com quem respira.
Aí você pode estar pensando “ah mas tenho uma meta muito grande e vai ser impossível completar em um ano”. Tudo bem! Claro que existem essas metas de longo prazo, mas eu chamo esse tipo de meta de sonho. Pois como disse acima, não depende apenas da nossa vontade e esforço. Existem fatores externos fora do nosso alcance quando a gente joga a bola lá adiante, onde nem conseguimos enxergar. E devemos considerar isso para não se frustrar depois.
#2 Quebre as metas difíceis (ou de longo prazo) em pequenos passos
Supondo que, como mencionado acima, a meta seja mais difícil e algo que vai levar tempo pra chegar lá, a grande dica é mencionar no seu caderno, o passo a passo para chegar nesse ponto final. Basicamente mapear a sua jornada, nas miudezas, por dia ou semana ou mês, até completar os 365 dias. E depois disso, ampliar para mais 365 dias.
Por exemplo, na lista de metas: “quero fazer um mestrado no exterior”.
Essa é uma meta difícil de ser alcançada a curto prazo (dentro de um ano), por ter mil fatores e passos antes do fazer a mala e ir. Decidir qual universidade você quer, ver quais regras de aplicação, se preparar estudando e/ou escrevendo uma carta de admissão, ter um certificado de fluência na língua da qual o curso será ministrado e se não tiver isso, terá que estudar e fazer o teste, fora toda a questão financeira para arcar com os custos da viagem. Sem mencionar a probabilidade de não ser aceito (sim, isso acontece). Enfim, são inúmeros itens nessa lista lista!
Então não adianta só escrever embaixo da sua meta o seguinte plano: “juntar dinheiro, melhorar o inglês, etc”. Isso é muito vago. Devemos quebrar essa lista de planos em passos ainda menores perguntando a si mesmo(a) como você pode fazer isso. “Como posso juntar dinheiro e melhorar meu inglês?”.
Passo um, passo dois, passo três, assim por diante.
#3 Escreva metas que você sabe que vai conseguir fazer
Ué, como assim? Só vou fazer coisas que eu gosto e ignorar aquelas que precisam ser feitas mesmo sem eu gostar?
Não, não é bem assim. Eu quis dizer que não adianta criar uma lista de metas com coisas que você sabe que, na primeira oportunidade, vai sabotar e desistir. Existem várias formas de chegar no objetivo final, sem sofrer no caminho e se odiar por não ter cumprido sua meta (ou metas).
Um exemplo: “estou acima do peso e sou sedentário(a), preciso(a) fazer algum tipo de exercício para me sentir bem com meu corpo e ser mais saudável”.
O problema é que você detesta academia e não tem disciplina para fazer um exercício sozinho. Aí você coloca na sua lista de metas para 2024: “ir pra academia de 5x a 6x por semana”.
O que você acha que vai acontecer? Depois de um mês - ou menos - você para. Oras, mas claro! Você foi fazer algo que detesta e sem nenhum suporte, ou seja, completamente sozinho(a).
Temos que ser mais específicos nas nossas metas, baseadas na nossa rotina, nos nossos gostos e na nossa capacidade. Não na dos outros.
O melhor caminho seria escrever: “fazer a atividade física que eu gosto (inserir o nome da atividade) com a máxima frequência que eu conseguir durante a semana, com o auxílio de_______ (um personal trainer, um amigo, meu vizinho, um grupo de pessoas)”.
Se você não tem disciplina, faça atividades em grupo ou com alguém. Se você detesta academia, não faça! Procure outra atividade que você goste e sabe que vai conseguir manter a frequência necessária. Nem que seja 2x na semana apenas.
É sobre isso.
Espero que essas dicas tenham te ajudado de alguma forma (me ajudou bastante, pelo menos) e que você consiga realizar suas metas ou a maioria delas. E que se no final desse ano, você não tiver conseguido realizar todas ou nenhuma meta da sua lista, lembre-se: tá tudo bem.
Remanejando as prioridades e criando novos caminhos pra chegar lá, vai dar certo.
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