Reescrevendo o passado… | Conto #8
E resgatando, em pequenos atos, tradições esquecidas.
Queria compartilhar algo: comprei uma caneta tinteiro!
Pronto. Agora acho que estou apta a lecionar um curso de “como escrever uma newsletter sem criar curiosidade e ansiedade no seu leitor”. Talvez eu consiga um total de zero assinantes. Sucesso!
Em minha defesa, não quis fazer suspense por que estou empolgada com minha pequena nova aquisição. A empolgação é ainda maior, pois finalmente fiz um upgrade e deixei de lado uma caneta meia-boca de cartucho, comprada em loja de artesanato, para uma híbrida profissional. Ou seja, por ser híbrida ela funciona tanto com um cartucho, quanto com um reservatório para reabastecimento de tinta.
Ah sim, já fica o aviso: o conteúdo da newsletter de hoje está especialmente nerd.

Provavelmente você está se perguntando o motivo de eu ter decidido “voltar ao tempo” e escolher algo menos prático do que qualquer caneta por aí e ainda pagar mais por isso. Existem vários motivos que me fizeram escolher uma caneta tinteiro ao invés de uma caneta tipo bic ou até mesmo, para quem ilustra como eu, canetas tipo Micron.
Os principais são:
Manter viva uma tradição antiga
Essa não tem muita explicação, pois se trata de um valor pessoal. Eu dou valor às tradições, à história e à cultura. Usar isso, de alguma forma, no meu dia a dia, me traz alegria. Voltando ainda mais no tempo, é possível comprar as tradicionais penas (pretendo, inclusive). A diferença é que você precisa molhar a biqueira diversas vezes ao longo da escrita para poder escrever, enquanto com a caneta tinteiro, depois de encher o reservatório (ou usar um cartucho), você poderá escrever por páginas e páginas antes de precisar reabastecer.
Economia & Durabilidade
Ela custa mais caro que uma caneta convencional, fato. Mas justamente por ser durável (não descartável) e permitir que você reabasteça infinitas vezes ou use cartuchos refis, você vai economizar muito mais no fim das contas. É a mesma coisa com outros produtos, o refil custa menos do que comprar o mesmo produto (e embalagem) de novo. E isso nos leva a…
Escolha ecológica
Autoexplicativo, certo? Menos descarte de produto, menos lixo no mundo, menos impacto ambiental.
Conforto
Por fim, mas não menos importante: escrever ou desenhar com uma caneta tinteiro é infinitamente mais confortável do que qualquer outra opção de caneta (especialmente as do tipo bic, chamadas “ballpoint”, ou esferográfica). A caneta tinteiro espalha a tinta delicadamente no papel, sem necessidade de pressão contra ele. Já a caneta esferográfica exige uma pressão da sua mão, pois é com a fricção da ponteira (com a bolinha) no papel que a tinta sai. Em outras palavras: na caneta tinteiro a tinta flui no papel e na caneta esferográfica a tinta arranha no papel.
Quem inventou a caneta tinteiro?
A caneta tinteiro remonta a tempos antigos, sendo uma das primeiras ferramentas de escrita utilizadas pela humanidade. As primeiras eram feitas de materiais como juncos ou penas de aves. Acredita-se que os egípcios tenham sido os primeiros a utilizá-las para escrever em papiro cerca de 3.000 anos atrás. Já na Idade Média, monges copistas usavam penas de ganso afiadas e cortadas para copiar manuscritos à mão.
No século XIX, a caneta de metal surgiu como uma alternativa à pena de ave. Essas canetas eram mais duráveis e podiam ser utilizadas por mais tempo antes de serem substituídas. O primeiro modelo funcional foi patenteado em 1827 por um romeno chamado Petrache Poenaru. A caneta tinteiro foi uma inovação significativa em relação aos modelos anteriores, pois permitia uma escrita mais suave e constante, eliminando a necessidade de mergulhar a ponta no tinteiro com frequência.
Sobre a Lamy Safari
A caneta que escolhi ainda está na fase de testes. Mas como minha intenção não é fazer reviews por aqui, não vou me prolongar nesse assunto. Se você ficou curioso(a) sobre isso, estou planejando gravar um vídeo de unboxing falando das minhas primeiras impressões, para publicar no meu meu novo canal no YouTube Sage & Ink Studio.
Nesse canal, que leva o nome do meu studio de arte, quero criar conteúdo sobre criatividade no geral. Se for algo do seu interesse, me siga por lá!
Você possui canetas tinteiro? Quais os seus modelos preferidos? E quais tintas você mais gosta?
Ei, psssiu!
Os textos do Contos Andantes são feitos por mim, pra você aí do outro lado que está lendo. Para uma melhor experiência, recomendo a leitura pelo link (url) ou pelo app do Substack. Não esqueça de contribuir com sua opinião. Em cada texto é possível deixar um gostei (coração) e um comentário. Além de poder compartilhar com quem quiser, nas redes sociais. Dessa forma, eu sei que você gostou do que leu e me incentiva a continuar!
Hey que legal que você se juntou ao time das tinteiros! Adoro, tenho múltiplas (cof, eu sei, eu sei, mas não me arrependo de nada haha). Essa Lamy Safari Special editon Terracotta é linda! Parabéns! E apoio sempre conteúdos especialmente nerds ;)